Muleke

Embalagem

colaborador:
Eduardo Eulálio
Guilherme Reis

Muleke nada mais que uma marca de estalinhos, isso mesmo, aquele que você encontra na festas juninas do interior, ou até mesmo em pequenos mercadinhos perdidos no meio da cidade grande. Essa embalagem necessitava ser analisada e adaptada para uma nova realidade, então desenvolvi o seguinte workflow: Coleta, análise, conceituação e execução.
Coleta
A primeira parte é muito importante, já que peguei o projeto gráfico existente e coletei todas as sua propriedades físicas, visuais e de usabilidade, suas propriedades físicas se davam por ser um produto pequeno, de fácil locomoção, com vincos e cortes bem simples, formato de paralelepípedo. Suas propriedades visuais, era algo simples, com uma menina e um menino em desenho cartoons dos anos 70, suas cores tentavam emular as cores de uma criança real com roupas e vestidos da época (anos 70), sua cor institucional era vermelha, e sua tipografia era grotesca sem serifa.
Análise.
A partir desta análise comecei a fazer pontuações que achava interessante, sua embalagem tinha um tamanho bom, porém você não conseguia pegar o produto sem estragar a embalagem pois o usuário fazia um gesto de pinça, introduzindo os dedos dentro dela só que a espessura do dedo era maior que da caixa forçando assim o papel de desmanchando-a, outra coisa que tornava a experiência do usuário frustrante, era a captação do estalinho, quando você abria a palma da mão e virava a embalagem para depositar os mesmo em sua palma, não descia um estalinho apenas, descia todos, assim tendo que retornar todos os outros não usados de volta para o depósito ou derrubando um monte no chão. Os elementos visuais também eram destoantes da épocas que nos encontramos, já que toda sua referência visual ficou nos anos 70, 50 anos atrás, sendo assim elementos gráficos e logo teriam que ser repensados.
Conceituação e Execução
Análise finalizada, era hora de começar a conceituar o projeto, a primeira coisa que remodelei foi o formato da embalagem, invés, de algo mais “quadrado”, pensei em desenvolver algo em formato de barra de cereal, com sua abertura de “quebra” onde ela se abria perto da base da embalagem criando uma bolsa para os estalinhos, com isso melhoraria a usabilidade e não causaria frustrações ao usuário, suas cores foram repensadas, trazendo um vermelho não tão vivo e um o ocre (intermediário entre laranja e amarelo) ,como cor de apoio, para trazer um tom mais jovem e alegre, tentando diminuir a carga violenta do vermelho. O logo foi resolvido por meio do lettering, onde expressei, por meio das pontas e das bases, a brincadeira de criança que é algo rápido e leve, sua cor é o vermelho para fazer alusão a cor institucional.O projeto em questão trouxe para mim uma experiência muito boa, consegui relacionar vários campos do design em um único lugar, experiência do usuário, identidade visual e embalagem. Campos que até então tinha estudado separado e pensado de maneira unilateral, sua abrangência me fez refletir sobre a dimensão do design e como um profissional deve se adequar a cada desafio encontrado em seu caminho.

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